Page 38 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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ENTREVISTA
Com crescimento estimado em 20% para 2019,
Lepe tem planos de ampliação para os próximos anos
m comemoração aos 70 anos damos os diretores da empresa para Carlos Koch, diretor-financeiro;
da Lepe Indústria e Comér- uma entrevista a cinco “mãos”. Luiz Carlos Koch, diretor de com-
Ecio, especializada na fundição As respostas a seguir são fruto de pras; Wilson de Francisco Junior,
de peças em ferro fundido cinzento, um bate-papo com Augusto Koch diretor de vendas, e Rubens I.
nodular e ligado, nesta edição convi- Junior, diretor de fundição; Antônio Kawakami, diretor de usinagem.
Em 2019, a Lepe completa 70 anos. Como vocês resumem a trajetória da empresa até aqui?
Lepe: A Indústria e Comércio de Artefatos de Borracha Lepe Ltda iniciou suas atividades em 1949, na zona norte de
São Paulo. A Lepe que conhecemos hoje é resultado do empreendedorismo e visão de mercado de seus diretores, que
anteviram na incipiente indústria automotiva da época uma grande oportunidade de negócio para os setores de fundi-
ção e usinagem. Atenta aos requisitos tecnológicos de seus clientes, a empresa nunca deixou de investir em tecnologias,
certificações e novos processos, sempre acreditando no desenvolvimento da indústria brasileira de fundição.
A Lepe é uma empresa “inquieta” e atenta às oportunidades do mercado. Qual foi o grande “start” que impul-
sionou a indústria brasileira de fundição?
Lepe: Sem dúvida alguma, a indústria automotiva foi a responsável pelo grande impulso do setor de fundição no
Brasil, tanto que é até hoje o seu principal cliente. A Lepe fornece a este mercado desde 1965, mas foi no ano seguin-
te, em 1966, que a empresa teve o seu maior insight, com a decisão de produzir um produto próprio e acabado para
a indústria automobilística: virabrequins usinados para automóveis. Dessa decisão foi criada a INPAVI – Indústria
Paulista de Virabrequins, que mais tarde virou Lepe Indústria e Comércio Ltda (ver história completa na pág. 6).
Em 70 anos, certamente o mercado de fundição sofreu consideráveis mudanças.
Lepe: Com o desenvolvimento da indústria nacional, de novas tecnologias de moldagem e também de novas
ligas, a aplicação das peças fundidas foi consideravelmente ampliada. Hoje, os fundidos estão presentes em pra-
ticamente todos os setores industriais, com pesos, dimensões e geometrias variadas. Certamente as mudanças
foram consideráveis e para melhor.
A utilização mais intensa do alumínio na indústria automotiva a partir do final da década de 1990 despertou
muita discussão. Como vocês veem hoje essa “concorrência” entre o alumínio e o ferro fundido?
Lepe: O alumínio ganhou mais espaço nas aplicações que requerem mais intensamente a redução de peso.
É o caso dos automóveis. Em outros setores, como de caminhões, essa substituição do ferro fundido pelo
alumínio não aconteceu de maneira intensa. Enfim, há espaço para ambos.
Outro ingrediente introduzido na indústria brasileira de forma geral foi a concorrência internacional, que cer-
tamente tem os seus prós e contras.
Lepe: A concorrência é sempre saudável. O problema está no ambiente de negócios. É difícil competir quando
se tem carga tributária elevada, infraestrutura ruim e os demais problemas advindos destes fatores.
O corpo técnico da Lepe é um dos diferenciais da empresa, que hoje é especializada no desenvolvimento de peças
técnicas e ligas para atendê-las.
Lepe: Temos nossas características de produção. Não somos uma empresa de grandes lotes, por isso os clientes mui-
38 FMP, ABRIL 2019