A ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores reviu suas projeções para 2024, feitas no final do ano passado.
Exportações – Projeção 2024
A principal alteração foi feita nas exportações, cuja expectativa de alta, de +0,7%, passou para uma estimativa de recuo de (20,8%). Essa projeção de queda, somada à alta das importações, fará com que a produção deixe de crescer no mesmo ritmo do mercado interno.
Produção – Projeção 2024
De acordo com a entidade, o crescimento da produção de autoveículos deve ser de +4,9% em 2024. Até então, acreditava-se em uma alta de +6,1%.
Emplacamentos – Projeção 2024
As vendas internas têm sido o indicador mais positivo do setor automotivo em 2024.
Com isso, a ANFAVEA reviu para cima as projeções de vendas no ano, de +6,1% para +10,9%, o equivalente a 2,560 milhões de autoveículos.
“A questão é que boa parte desse crescimento vem sendo absorvida por veículos importados, em especial da China”. (vide item “Importações)
Balanço 1º semestre/2024
Exportações
Nos primeiros seis meses de 2024, 165,3 mil autoveículos deixaram o país, uma queda de (28,3%) sobre o mesmo período de 2023. Trata-se do pior resultado desde 2009, à exceção de 2020, auge da pandemia.
Produção
A produção acumulada no 1S24 foi de 1,138 milhão de unidades; volume +0,5% superior ao de 2023.
Exportações em baixa, importações em alta
Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, “se os emplacamentos de importados e as exportações do 1º semestre de 2024 tivessem sido iguais aos volumes registrados no mesmo período de 2023, o aumento da produção seria de +11%, o que dá uma dimensão do desafio que precisamos enfrentar”.
Setor de pesados
Este segmento, por outro lado, está em alta. Caminhões fecharam o semestre com elevação de +36,5% na produção e +8% nas vendas, recuperando patamares normais já neste segundo ano de Proconve P8.
Já os ônibus cresceram +53,8% em produção e caíram (21,8%) em vendas.
Emplacamentos
Junho de 2024 foi o melhor desde 2019 em emplacamentos, e teve a maior média diária de 2024, com 10.715 unidades; volume bem próximo ao que se verificava antes da pandemia.
No acumulado do ano, foram 1,144 milhão de autoveículos emplacados; elevação de +14,4% sobre o primeiro semestre de 2023.
Importações
No primeiro semestre, o Brasil teve quase 200 mil emplacamentos de modelos importados; +38% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dessas 54,1 unidades a mais, os autoveículos de origem chinesa representaram 78% do total, com alta de +449% sobre o 1º semestre de 2023.
Lima Leite ressalta que “o Brasil tem o Imposto de Importação mais baixo para modelos elétricos de origem chinesa no planeta, entre os países produtores, o que serve de atrativo para a importação acima de um saudável patamar de equilíbrio. Isso vem prejudicando nossa produção e ameaçando nossos investimentos e empregos. Por isso a demanda urgente da elevação do Imposto de Importação para 35%, como ocorre com outros importados. E que seria um patamar relativamente baixo frente ao de outros mercados importantes”.
O executivo também rechaça a proposta de incluir automóveis e comerciais leves no Imposto Seletivo, dentro da Reforma Tributária. “Os contribuintes brasileiros já pagam impostos além da conta e não faz sentido pagar mais caro por um ar mais poluído. O Imposto Seletivo foi concebido com o objetivo de reduzir o consumo de produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Ao adotar a medida, iremos na contramão, dificultando o acesso a modelos menos poluentes e mais seguros, retardando de forma temerária e renovação da frota nacional.”