Em 7 de fevereiro, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) se reuniu com Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Em pauta, os recentes anúncios de grandes investimentos de empresas do setor, que já somam quase R$ 100 bilhões no atual ciclo.
Esse valor, que deve crescer em breve com novos anúncios, leva em conta investimentos em curso de montadoras instaladas no país, de novos entrantes e do setor de autopeças.
Alckmin destacou realizações do governo federal, com apoio do Congresso Nacional, que garantiram maior previsibilidade ao setor produtivo e credibilidade para investimentos, além da estabilidade econômica, com crescimento em curso. “Temos tudo para crescer ainda mais. Por isso, contamos com a longa cadeia automotiva para bater essa marca de R$ 100 bilhões de investimentos em fábricas, produtos, tecnologia e P&D até o fim da década, gerando empregos e renda para o país”.
Para Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, todos esses movimentos recentes das montadoras confirmam a atratividade e vocação do Brasil como polo produtor e exportador dos mais variados tipos de autoveículos, máquinas autopropulsadas e componentes, tecnologias e soluções inovadoras. “Além de credibilidade, segurança e crescimento econômico, é preciso previsibilidade para a atração de investimentos. E isso acaba de ser assegurado com a publicação do programa Mover e com a recomposição do Imposto de Importação para modelos elétricos e híbridos. O Mover traz uma política inteligente de incentivos à produção e P&D em solo brasileiro, com foco na descarbonização. A tudo isso se soma uma forte demanda reprimida no mercado brasileiro, que ainda tem um baixo índice de motorização per capta em reação a outros países”.
Janeiro fecha com mercado em alta e produção estável de autoveículos
O primeiro mês do ano começou com alta de +13,1% nas vendas do setor automotivo, na comparação com janeiro de 2023.
Os emplacamentos foram de 162 mil unidades, com média diária de 7,6 mil unidades, ante 6,5 mil de um ano atrás. A elevação foi impulsionada pelos automóveis e comerciais leves, com destaque para modelos importados, que tiveram 19,5% de participação, a maior em 10 anos.
Também chamou atenção da entidade o recorde de participação de modelos híbridos e elétricos, com 7,9% de todos os autoveículos licenciados em janeiro.
Já os veículos pesados registraram queda de (21,4%) para caminhões e de (32,1%) para ônibus. De acordo com a ANFAVEA, o motivo é que esses modelos tiveram forte ritmo de emplacamento em janeiro de 2023, em função dos estoques nas redes de modelos produzidos em 2022, ainda com tecnologia anterior à mudança da fase do Proconve, portanto mais acessíveis.
As exportações de autoveículos iniciaram 2024 em ritmo muito tímido, com 18,8 mil unidades embarcadas. É o pior resultado mensal desde o auge da pandemia, com retração em todos os mercados vizinhos, à exceção do Uruguai.
Com essa combinação de alta no mercado interno, elevação das importações e queda nas exportações, a produção de 152,5 mil unidades se manteve no patamar de janeiro de 2023.