Em 2022, o surgimento do termo ESG, do inglês Environmental, Social e Governance, completa 18 anos. Ele surgiu no âmbito financeiro, em uma publicação do Banco Mundial, em parceria com o Pacto Global da ONU e instituições de nove países, chamada Who Cares Wins (ou Ganha quem se importa).
Ao longo de quase duas décadas, o ESG extrapolou os limites do mercado de capitais e hoje faz parte da linguagem empresarial, de todos os setores. O mundo mudou, chamando a atenção para a urgência de se engajar empresas e organizações na adoção de diretrizes nas áreas de direitos humanos, trabalho e meio ambiente.
Na fundição, não é diferente. Na ABIFA, a agenda Gestão é uma constante. No quesito Governança, a questão sucessão empresarial e liderança sustentável foi a grande bandeira da gestão do presidente Afonso Gonzaga.
No âmbito do Social, chamamos a atenção para o destaque das “Mulheres na Fundição”, tema de uma série de entrevistas iniciadas em agosto, em nossa publicação.
Com relação ao pilar Meio Ambiente (Environmental), a fundição luta contra o estigma de poluidora. O processo em si envolve materiais auxiliares e insumos que geram resíduos sólidos, líquidos e fumos, mas em cada vez menos quantidade. A maior parte destes resíduos são passíveis de tratamento e reaproveitamento no próprio processo ou como subprodutos, de modo que a gestão de resíduos e de água é uma realidade da fundição.
No que diz respeito à eficiência energética, os equipamentos mais modernos já contam com meios de gerenciar o consumo de energia. Mais um ponto a favor da fundição na ESG.
No entanto, o almejado “Selo Verde” não é a realidade das 890 fundições brasileiras, a maioria de pequeno porte, cujo acesso às linhas de financiamento é limitado.
Precisamos que o poder público atente à necessidade de uma linha de crédito específica para gestão ambiental, colocando o Brasil entre as nações líderes em ESG. Essa é a fundição competitiva que levaremos para o mundo.
Cacídio Girardi
Presidente da ABIFA