Um dos pilares do ESG, a governança corporativa ganhou o vocabulário dos empresários nos últimos anos. Ela compreende um conjunto de práticas, políticas e diretrizes que visam a uma administração eficiente, transparente e responsável, contribuindo para a sustentabilidade do negócio a longo prazo, além de promover um ambiente de trabalho ético e transparente.
A ideia é equilibrar os interesses dos diferentes stakeholders envolvidos na empresa, como acionistas, diretorias, funcionários, clientes e a comunidade em geral, tendo como parâmetros a ética, a conformidade e a transparência.
Assim, engana-se quem atribui as práticas de governança corporativa aos grandes negócios. Ela vale para todos.
Embora as pequenas empresas (maioria das fundições brasileiras) não tenham a mesma complexidade organizacional das grandes corporações, uma governança corporativa eficaz é crucial para a eficiência da sua gestão, crescimento sustentável e gerenciamento de riscos. As suas práticas podem ser adaptadas ao tamanho e à estrutura específica de cada empresa, pois os seus princípios são os mesmos.
Entre as práticas da chamada governança corporativa, temos, por exemplo, a definição clara dos papeis dos sócios, diretores e CEO, para evitar conflitos de interesse, além da transparência e divulgação de informações financeiras e operacionais, e a adoção e fiscalização de códigos de conduta e ética.
Para as grandes, a realização de auditorias externas é uma prática recomendada para garantir a conformidade das demonstrações financeiras. Já no caso das pequenas, controles internos, uma estrutura clara para reportar informações financeiras, a definição de decisões estratégicas e mecanismos de monitoramento e avaliação regulares, são práticas vitais.
A incorporação de ações de responsabilidade social corporativa e ambiental também é válida para todas, assim como o planejamento sucessório, que em especial nas empresas familiares é crucial para garantir a continuidade e a estabilidade do negócio em transições de liderança.
É importante ter em mente que adaptar as práticas de governança às necessidades específicas da empresa e ao seu estágio de desenvolvimento é fundamental para o seu sucesso e competitividade a longo prazo. Afinal, cada vez mais os clientes estão atentos às práticas ESG para a definição de seus fornecedores.
Cacídio Girardi
Presidente da ABIFA – Associação Brasileira de Fundição