A ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou um balanço estimado do setor em 2023, assim como as projeções para 2024.
De acordo com a entidade, o ano que se encerra foi marcado por aumento relevante da demanda no mercado interno, estabilidade na produção e queda das exportações.
Para 2024, a estimativa é de mais um “degrau de crescimento”, não só de vendas, mas também nos outros dois principais indicadores da indústria automobilística.
Mercado interno
Após um primeiro semestre aquém do esperado, o segundo foi marcado por um “relevante aumento” no ritmo de vendas de autoveículos, atingindo média de 10,6 mil unidades/dia em novembro.
O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos; alta de +8,8% sobre 2022. A estimativa da ANFAVEA era de 6% de crescimento.
No segmento de pesados, os ônibus tiveram surpreendente incremento de +18,8% no ano, graças sobretudo à maior demanda por modelos de uso rodoviário.
Já os caminhões, conforme o previsto, registraram queda de (15,2%) após a antecipação de compras ocorrida em 2022, na esteira da nova fase de legislação de emissões, que elevou os custos dos produtos.
Para 2024, a ANFAVEA projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos; uma elevação de +7% sobre 2023.
Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de +6,6% para automóveis e comerciais leves, e de +14,1% para veículos pesados.
Produção
Apesar do crescimento do mercado interno, a produção de autoveículos recuou (0,5%) no ano, em função da queda das exportações e aumento relevante das importações.
A estimativa da entidade é de uma produção acumulada de 2,359 milhões de autoveículos.
Para 2024, a expectativa da ANFAVEA é de um crescimento de +4,7% sobre esse volume, o que representa 2,470 milhões de unidades produzidas.
Nas palavras do presidente Márcio de Lima Leite, “precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”.
Exportações
Depois de um 2022 de forte crescimento, os embarques em 2023 recuaram (17%), o que equivale a 399 mil unidades.
Além do encolhimento dos embarques para importantes destinos, como Chile e Colômbia, houve ainda uma sensível perda de participação dos produtos brasileiros na Argentina, nosso principal parceiro comercial, a ponto de ele ser superado pelo México pela primeira vez na história.
“Se os modelos nacionais ainda tivessem a participação de 49% no mercado argentino, como há quatro anos, teríamos vendido 95 mil unidades a mais neste ano, já que houve crescimento daquele mercado. Porém, a fatia brasileira caiu para 27%”.
Para 2024, a projeção da ANFAVEA é de exportações totais de 407 mil unidades; +2% na comparação com 2023.