Boas notícias vindas da ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores: Todos os índices apurados pelo balanço mensal da entidade melhoraram em março, sobretudo os de produção.
No entanto, não foram suficientes para que o primeiro trimestre se aproximasse dos bons resultados do mesmo período do ano passado, quando ainda não havia efeitos da crise global dos semicondutores, hoje o maior gargalo da indústria automobilística e de outros setores que utilizam componentes eletrônicos.

Produção
A produção de 184,8 mil unidades em março foi +11,4% superior à de fevereiro, porém -7,8% inferior à de março de 2021.
No acumulado do trimestre, a queda foi de -17% na comparação com o volume produzido nos primeiros três meses do ano passado.
Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA, ressalta que “além da questão dos semicondutores, tivemos impactos negativos da onda Ômicron nos primeiros dois meses do ano e um volume de chuvas e alagamentos acima da média, o que afetou o deslocamento dos clientes e o funcionamento de várias concessionárias”.
Licenciamentos
As 146,8 mil unidades de autoveículos licenciadas em março representaram alta de +10,9% sobre março e baixa de -22,5% sobre o mesmo mês de 2021, com queda de -23,2% no acumulado do trimestre.
A exceção foi o segmento de caminhões, que acumula crescimento de +3% sobre o primeiro trimestre do ano passado.
Exportações
Já as exportações de 38,9 mil unidades tiveram um leve recuo de -6,2% no mês. Porém, no trimestre elas estão melhores que no ano passado, com 108,1 mil unidades embarcadas, elevação de +12,8%.
Sobre o Programa Renovar*
As informações abaixo complementam a matéria disponível em https://www.abifa.org.br/governo-federal-edita-medida-provisoria-que-cria-o-programa-renovar/, além de reiterar a posição da ANFAVEA em favor do Programa.
O Renovar é um programa voluntário, em que o caminhoneiro que tem veículo com mais de 30 anos de uso tem vantagens ao participar. O objetivo é ganhar produtividade e contribuir com a redução do Custo Brasil.
Um caminhão de 30 anos, em comparação a um de 10 anos de uso, por exemplo, tem custo operacional 15% maior. Um benefício adicional do programa é a retirada de circulação de veículos que poluem mais. Estes caminhões em desuso terão o tratamento adequado junto a parceiros que cuidarão do desmonte sustentável e correto.
Por meio de um aplicativo que centralizará todo o Programa Renovar, o proprietário de um veículo pesado com mais de 30 anos poderá entregá-lo para reciclagem e receber o valor de mercado, mais o da sucata. E se quiser adquirir um veículo mais novo, poderá ter benefícios de outros atores integrados ao aplicativo, como governos estaduais e municipais, além de fabricantes, concessionárias, bancos e frotistas.
Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA, afirma que “esse decreto, mais que uma vitória para o setor automotivo, é uma conquista para os caminhoneiros e para toda a sociedade. Desde que o Proconve foi instituído, em meados dos anos 80, esse tema da renovação de frota tem sido uma pauta histórica da ANFAVEA, no sentido de complementar os esforços dos fabricantes para a redução das emissões de poluentes e de gases de efeito estufa, sem falar da questão crucial da segurança no trânsito”.
Marco Saltini, vice-presidente da ANFAVEA, completa: “Ainda estamos aguardando o decreto que regulamentará os valores e toda a parte operacional e legal do Programa Renovar para avaliar os impactos, mas sem dúvida ele desempenhará um papel significativo no âmbito social, permitindo a caminhoneiros autônomos a oportunidade de trocar seu veículo com ganhos de produtividade. Será sem dúvida um passo importante para o transporte de carga no país”.