Em 2024, o mercado brasileiro de carbono deve se concretizar, o que implicará em mudanças para a fundição.
O Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo. São cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2 emitidos por ano, o que compromete a competitividade das nossas exportações em um mercado global, que valoriza cada vez mais a sustentabilidade.
O texto do PL 2.148/2015, que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro. Trata-se de um passo significativo na política climática brasileira, que alinha o país às metas globais de redução das emissões. Nesse sentido, o PL surge como uma estratégia essencial para o comércio exterior do país, em especial da fundição.
Isso porque o seu texto controla atividades que emitem mais de 10 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano, incidindo diretamente sobre muitas fundições. Essas empresas enfrentarão novos requisitos de monitoramento e relato de emissões, que exigirão a adoção de novas tecnologias para medição, além de processos mais eficientes e sustentáveis.
Trata-se de mudanças iminentes, conforme apresentado no trabalho publicado nesta edição: “Mercado de Carbono no Brasil: Evolução, Aspectos Técnicos e Impactos para as Fundições”.
Reiteramos que o Selo Verde deve estar na agenda da fundição. Com a introdução das Cotas Brasileiras de Emissões (CBEs) e Certificados de Redução ou Remoção Verificada de Emissões (CRVE), a fundição terá que gerenciar ativamente as suas emissões, seja pela compra de créditos de carbono ou sua venda.
Estejam atentos, pois a construção de uma economia de baixo carbono será condição sine qua non para se manter competitivo no mercado. A ABIFA está atenta a essas mudanças, sempre em prol de suas Associadas.
Cacídio Girardi
Presidente