A norma IATF 16949:2016 foi tema da palestra Mudanças em Sistemas de Gestão da Qualidade Automotivos, promovida pela ABIFA em parceria com o BRTUV – TUV Nord Group. O assunto foi levantado pela entidade justamente em razão da sua relevância para o setor de fundição, cuja principal receita, 58% mais especificamente, advém da indústria automotiva.
A nova norma foi publicada em outubro de 2016, mas a partir de 14 de setembro próximo substituirá em definitivo a ISO/TS 16949:2016. Ela é uma iniciativa conjunta das montadoras de veículos automotores de todo o mundo, com o objetivo de estabelecer os requisitos de qualidade automotiva (projeto, desenvolvimento, produção, montagem, instalação e demais serviços). Portanto, a IATF 16949:2016 é aplicável a todos os fornecedores internos e externos da cadeia automotiva, como é o caso da indústria de fundição.
No entanto, segundo Alexandre Alves, automotive manager do BRTUV, até 31 de outubro de 2017 somente 1.188 certificados deste tipo haviam sido emitidos a empresas brasileiras, de um total de 68.740 em todo o mundo. É muito pouco dada a importância da indústria automotiva no país. Para se ter ideia, a China já detém 30.468 certificados.
Portanto, a hora é de aproveitar a retomada da economia e em especial da produção de automóveis para se planejar, atualizar e enfrentar de frente a concorrência.
Confira a seguir a estrutura básica da IATF 16949:2016.
Contexto da organização
Define as diretrizes para o entendimento do contexto da organização, com base em uma análise das questões internas e externas que possam afetar os objetivos definidos no planejamento estratégico da empresa. Contempla também a necessidade de entendimento das necessidade e expectativas das partes interessadas no negócio.
Liderança
Esta seção define as diretrizes de liderança e comprometimento da alta direção para o planejamento e controle operacional do SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade). Assim, são abordadas questões referentes ao foco no cliente, politica da qualidade e abordagem adotada para a definição clara e objetiva das responsabilidades e autoridades dos recursos humanos que compreendem o SGQ da empresa.
Planejamento
Neste caso são definidas as necessidades de planejamento, para identificar os riscos e oportunidades relacionados ao contexto da organização. São estabelecidos os critérios para definição e monitoramentos dos objetivos da qualidade do SGQ e a sistemática adotada para planejar mudanças que possam impactar o sistema.
Apoio (recursos)
Nesta seção são definidas as necessidades de provisão de suporte adequado ao planejamento e controle do SGQ mediante a disponibilidade de recursos, mão de obra e estrutura. Questões referentes aos métodos de conscientização e comunicação adotados pelo SGQ em todos os processos também são definidos neste capítulo, assim como as atividades que asseguraram a sistemática para o controle da informação documentada.
Operacional
Define as necessidade requeridas para o planejamento operacional do SGQ, ou seja, como executar as atividades desde o início, até a entrega e/ou pós-entrega do produto/serviço. Esta seção também aborda as diretrizes de planejamento operacional, análise e definição dos requisitos de execução, projeto e desenvolvimento, controle de produtos e serviços providos externamente, produção, provisão, liberação e eventuais controles de produtos e/ou serviços.
Avaliação de desempenho
Estabelece os critérios para a definição do monitoramento e controle do desempenho do SGQ da organização voltada à satisfação do cliente, bem como as premissas para a realização das atividades mínimas e básicas de auditorias internas e análise crítica da direção.
Melhoria
Esta seção estabelece as diretrizes gerais que devem ser adotadas pela organização para a abordagem das não conformidades e para o planejamento, definição e implementação de ações corretivas. Questões relacionadas à melhoria contínua do SGQ da organização estão também abordadas neste capítulo.