Insumo siderúrgico começa perder espaço no mercado
Não somente a crise econômica e a exagerada produção chinesa têm jogado para baixo a demanda por aço. Inovações tecnológicas, mudanças comportamentais e maior preocupação com segurança são algumas justificativas para que haja um movimento de substituição da matéria-prima por outras, como borracha, plástico e fibras de carbono, no País.
Apenas no setor automotivo, um dos principais clientes das siderúrgicas, a redução em termos de peso de aço utilizado foi de 20% em cinco anos, segundo o diretor regional do Sindicato Nacional de Componentes para Veículos Automotores e presidente da Câmara Automotiva da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Fábio Sacioto.
Ele explica que um dos fatores que explicam a redução do volume utilizado é o aumento da tecnologia embutida na produção. “O aço está ficando mais moderno e tecnológico.
Você consegue fazer uma peça que necessitaria de 5 milímetros de aço com 2,5 milímetros”, afirma. No processo de produção foi introduzido em maior escala o nióbio, segundo ele. “O carro fica mais leve e seguro. Mas nem todas as siderúrgicas se adequaram a essa nova realidade de mercado com os aços mais modernos”, afirma.
Já o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Jato, Milad Kalume Neto, diz que a substituição do aço é a busca por economia. “O mercado brasileiro é muito sensível a preços e as ligas metálicas chegaram a um nível de utilização que vários setores estão começando a desenvolver novos produtos para substituí-las”, afirma. Retrovisores, escapamentos, para-choques e chassis são alguns exemplos dados por ele de elementos que passaram por mudança de matéria-prima nos últimos anos.
Setores – A construção civil, outro segmento de peso para as siderúrgicas, também segue no sentido de reduzir a participação do aço. Segundo o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, a maior utilização da tecnologia de protensão do concreto é uma das justificativas para a menor demanda por aço.
Além disso, a utilização de pré-moldados também vem mudando a realidade do setor. Essa substituição de matéria-prima é um processo que ocorre de forma gradativa no segmento, mas a participação do aço ainda é considerável nas construções.
Já os fabricantes de brinquedos foram mais radicais. Hoje, praticamente nenhum brinquedo produzido no Brasil possui aço. “No passado, tínhamos carrinhos, panelinhas, trens feitos de ferro. Agora não temos mais metais em brinquedos a não ser em casos específicos como os triciclos”, afirma o presidente da Associação dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa. A mudança ocorreu há cerca de 15 anos, motivada por questões de segurança das crianças.
Até mesmo a utilização do aço em embalagens, que durante muito tempo foi prática comum no País, tem sido alterada. As latas de óleo vegetal, por exemplo, que eram praticamente em sua totalidade de aço, agora são de plástico. Segundo a diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), Thaís Fagury, o que forçou a mudança foi a demanda do consumidor.
“O principal motivo é que o consumidor entende
Insumo siderúrgico começa perder espaço no mercado
Não somente a crise econômica e a exagerada produção chinesa têm jogado para baixo a demanda por aço. Inovações tecnológicas, mudanças comportamentais e maior preocupação com segurança são algumas justificativas para que haja um movimento de substituição da matéria-prima por outras, como borracha, plástico e fibras de carbono, no País.
Apenas no setor automotivo, um dos principais clientes das siderúrgicas, a redução em termos de peso de aço utilizado foi de 20% em cinco anos, segundo o diretor regional do Sindicato Nacional de Componentes para Veículos Automotores e presidente da Câmara Automotiva da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Fábio Sacioto.
Ele explica que um dos fatores que explicam a redução do volume utilizado é o aumento da tecnologia embutida na produção. “O aço está ficando mais moderno e tecnológico.
Você consegue fazer uma peça que necessitaria de 5 milímetros de aço com 2,5 milímetros”, afirma. No processo de produção foi introduzido em maior escala o nióbio, segundo ele. “O carro fica mais leve e seguro. Mas nem todas as siderúrgicas se adequaram a essa nova realidade de mercado com os aços mais modernos”, afirma.
Já o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Jato, Milad Kalume Neto, diz que a substituição do aço é a busca por economia. “O mercado brasileiro é muito sensível a preços e as ligas metálicas chegaram a um nível de utilização que vários setores estão começando a desenvolver novos produtos para substituí-las”, afirma. Retrovisores, escapamentos, para-choques e chassis são alguns exemplos dados por ele de elementos que passaram por mudança de matéria-prima nos últimos anos.
Setores – A construção civil, outro segmento de peso para as siderúrgicas, também segue no sentido de reduzir a participação do aço. Segundo o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, a maior utilização da tecnologia de protensão do concreto é uma das justificativas para a menor demanda por aço.
Além disso, a utilização de pré-moldados também vem mudando a realidade do setor. Essa substituição de matéria-prima é um processo que ocorre de forma gradativa no segmento, mas a participação do aço ainda é considerável nas construções.
Já os fabricantes de brinquedos foram mais radicais. Hoje, praticamente nenhum brinquedo produzido no Brasil possui aço. “No passado, tínhamos carrinhos, panelinhas, trens feitos de ferro. Agora não temos mais metais em brinquedos a não ser em casos específicos como os triciclos”, afirma o presidente da Associação dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa. A mudança ocorreu há cerca de 15 anos, motivada por questões de segurança das crianças.
Até mesmo a utilização do aço em embalagens, que durante muito tempo foi prática comum no País, tem sido alterada. As latas de óleo vegetal, por exemplo, que eram praticamente em sua totalidade de aço, agora são de plástico. Segundo a diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), Thaís Fagury, o que forçou a mudança foi a demanda do consumidor.
“O principal motivo é que o consumidor entendeu que a embalagem transparente traz um conteúdo mais limpo por poder visualizar o produto. Mas na verdade é o contrário porque a incidência da luz gera degradação do óleo”, afirma.
Da mesma forma, as latas de molhos de tomate foram substituídas por saches. O motivo é o preço, uma vez que as embalagens flexíveis são mais baratas. Além disso, é forte no mercado a tendência de utilização de refis. Dessa forma, os produtos são vendidos em embalagens flexíveis e os consumidores reutilizam as embalagens originais. Também uma forma de economia.
Para o analista de Siderurgia da Walpires Corretora, Ângelo Larozi, essas substituições de matéria-prima têm sido danosas para o setor siderúrgico, uma vez que de forma indireta acabam levando a uma redução da demanda por aço. “É uma tendência da economia global que deverá ser agravada com o passar dos anos. As siderúrgicas devem contar também com essas baixas quando forem fazer seus planejamentos estratégicos”, afirma.
Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia
Publicação: 29/02/2016
u que a embalagem transparente traz um conteúdo mais limpo por poder visualizar o produto. Mas na verdade é o contrário porque a incidência da luz gera degradação do óleo”, afirma.
Da mesma forma, as latas de molhos de tomate foram substituídas por saches. O motivo é o preço, uma vez que as embalagens flexíveis são mais baratas. Além disso, é forte no mercado a tendência de utilização de refis. Dessa forma, os produtos são vendidos em embalagens flexíveis e os consumidores reutilizam as embalagens originais. Também uma forma de economia.
Para o analista de Siderurgia da Walpires Corretora, Ângelo Larozi, essas substituições de matéria-prima têm sido danosas para o setor siderúrgico, uma vez que de forma indireta acabam levando a uma redução da demanda por aço. “É uma tendência da economia global que deverá ser agravada com o passar dos anos. As siderúrgicas devem contar também com essas baixas quando forem fazer seus planejamentos estratégicos”, afirma.
Fonte: Diário do Comércio
Seção: Siderurgia
Publicação: 29/02/2016