Com alta acumulada de +10,8% no ano, a previsão da indústria brasileira de fundição é de crescimento de +14% em 2022, frente a 2021, ultrapassando a marca de 3,100 milhões de toneladas.
A dúvida de alguns é: “Será que conseguiremos?”. Com base nos números dos principais mercados consumidores de fundidos e da própria economia, estamos convictos que “sim”.
O PIB brasileiro cresceu 1,2% no 2T22, versus 1,1% no 1T22 e 0,8% no último trimestre de 2021, de modo que a economia brasileira vem conseguindo sustentar um crescimento acelerado este ano, mesmo com a economia global passando por uma forte freada.
Segundo pesquisa feita pela ABIMAQ, a intenção de investimentos do setor de máquinas e equipamentos está 68% acima do ano passado, atingindo R$ 15 bilhões. A notícia é boa!
No caso da indústria automotiva, a ANFAVEA divulgou novas projeções para o fechamento de 2022, com crescimento em todos os indicadores sobre 2021. Outra boa notícia.
No entanto, para a construção de uma Indústria nacional forte e competitiva de fato, precisamos de reformas estruturais sólidas, a exemplo da Reforma Trabalhista de 2017.
A indústria brasileira clama por políticas de financiamento proativas ao desenvolvimento do setor, além de investimentos em infraestrutura. O Custo Brasil é proibitivo à competitividade do setor a nível internacional. A nossa tributação, extremamente complexa e burocrática, precisa ser revista. No atual governo, houve sim uma preocupação de redução da carga tributária, para conter a inflação, e os resultados foram positivos. Competimos diretamente com países cujos impostos são pagos sobre o que a empresa produz, enquanto no Brasil eles são replicados em toda a cadeia produtiva, tornando a produção industrial caríssima.
A Reforma Tributária é urgente e precisa ser prioridade na agenda do próximo governante do país, para que a Indústria brasileira se fortaleça. Essa é uma reivindicação de toda a Indústria que, ano após ano, perde participação no Produto Interno Bruto. Em 2021, a indústria foi responsável por somente 18,9% do PIB brasileiro. O que isso significa? Sem uma indústria forte, a roda da economia torna-se fraca.
Cacídio Girardi
Presidente da ABIFA