Segundo contrato firmado entre a fundição e a montadora, a Tupy será a fornecedora exclusiva dos cabeçotes para a segunda geração do motor desenvolvido pela MAN, para caminhões movidos a hidrogênio (MAN H45).
Além de zero emissão de carbono, o motor apresenta significativa redução de NOx em relação à versão diesel. Com isso, está além das exigências da proposta do Euro VII, que tem previsão de entrar em vigor em 2027, na Europa, e que estabelece normas mais rígidas de emissões.
Nas palavras de Fernando de Rizzo, CEO da Tupy, “trata-se de um projeto inovador, que reforça a percepção dos clientes de que a Tupy está habilitada para contribuir com a descarbonização viável, pensando em alternativas de longo prazo”, reforça.
Sobre o Compact Graphite Iron
Para atender o sistema de combustão de hidrogênio, os cabeçotes são produzidos em CGI (Compact Graphite Iron), que apresenta resistência mecânica cerca de 75% maior que a do ferro fundido cinzento. No caso da resistência à fadiga, o desempenho do CGI é o dobro e isso é fundamental para aplicações em hidrogênio. A combinação permite um design leve, o que contribui para a redução do peso do veículo, além da redução do impacto ambiental.
Segundo Rizzo, a fundição tem investido em P&D para explorar tecnologias comercializáveis e escaláveis visando a acelerar a descarbonização, dentro de uma estratégia multicombustível. “E o hidrogênio é uma alternativa altamente promissora”.
Em fevereiro, durante o Congresso Internacional de Motores, realizado em Baden Baden (Alemanha), a Tupy anunciou o investimento no desenvolvimento de outras ligas específicas para apoiar a produção de motores de combustão interna a hidrogênio.
André Ferrarese, diretor da Tupy Tech, que participou do evento, detalhou a importância desses produtos. “O motor de combustão a hidrogênio é uma das alternativas de zero emissão consideradas pela legislação europeia para a descarbonização dos transportes”.
Para veículos pesados, essa solução de propulsão é preferencial, por apresentar custo reduzido, alta eficiência em elevadas cargas de operação e tolerância ao uso de hidrogênio não puro. Além disso, conta com uma infraestrutura de produção e manutenção globalmente distribuída, com durabilidade muito superior a qualquer outra solução de zero emissão.