A ABIFA – Associação Brasileira de Fundição, alerta ao comprometimento da competitividade da indústria nacional, vem acompanhando com preocupação o excessivo custo do crédito no país, que se acumula ao longo da cadeia produtiva, encarecendo o produto final, em um ciclo vicioso.
Com a Selic atualmente em 10,5% a.a. e a expectativa de inflação de 3,83% para os próximos 12 meses, a taxa de juros real da economia brasileira está em 6,42% a.a.. É a terceira mais alta do mundo! Aliado a isso, o elevado spread bancário brasileiro, de 27,4%, também o terceiro maior do mundo, fecha uma equação em que a taxa de juros média cobrada das empresas brasileiras é excessiva, minando a sua competitividade. Segundo levantamento da CNI, em junho de 2024, considerando as linhas com recursos livres, as empresas se financiavam, em média, a 20,94% a.a.. Esse cenário piora para pequenas empresas, que pagam, em média, quase o dobro dessa taxa.
O Brasil precisa estar preparado para o cenário mundial que se desenha. A próxima reunião do FED – Federal Reserve deve pontuar a redução da taxa de juros nos Estados Unidos, o que aumentará a liquidez global, com os investidores realocando recursos a outros países, em busca de maior rentabilidade.
Ademais, temos a iminência do esgotamento do “efeito China”, o que abrirá mercados locais, com a necessidade de substituir estas importações, e internacionais.
Trata-se de (mais) uma grande janela de oportunidades que se escancara para o Brasil, mas precisamos estar preparados.
O parque fabril brasileiro é antigo, precisa de modernização, o que agregará competitividade ao nosso produto. Precisamos ser competitivos, pois essa “janela” se abrirá para o mundo. O momento de se preparar é agora!
Para isso, no entanto, o empresário industrial precisa que o sistema financeiro esteja ao seu lado, lhe propiciando um acesso ao crédito justo e competitivo, digno de uma Política Industrial que de fato visa à Indústria.
Apesar das manifestações das principais Confederações e Associações de classe, contrárias ao aumento das taxas de juros no país, em 18 de setembro o Copom elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. |