Page 32 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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ENTREVISTA







                        Metalsider completa 35 anos de crescimento


                           ininterrupto, com foco no mercado interno





                        Verticalização da produção proporcionou ganhos de produtividade à empresa,
                           cujo parte fabril é autossustentável em carvão vegetal e energia elétrica



                     m 1984, o Brasil vem a co-  de grande sucesso. Com o plantio  altos-fornos.  Enfim,  um  ciclo
                     nhecer a  empresa que  se  de  um  acervo  florestal  particular,   quase perfeito, que se completou
             Etornaria  uma das maiores  a sua produção de carvão vegetal          em 2013, quando a Metalsider de-
              produtoras  de ferro-gusa do país.  está garantida. O Brasil, inclusive é   cide investir em uma fundição de
              A Metalsider é fundada em janeiro  um dos poucos países do mundo     autopeças.
              daquele ano, em Betim (MG).        que produz o ferro-gusa a partir da   A nova indústria fica pronta e co-
              Inicialmente, eram dois altos-for-  energia  renovável  da biomassa na   meça a operar em 2017, em plena
              nos. Hoje são sete, operando a ple-  forma de carvão vegetal.        crise. Para quem acredita que este
                                                                                   foi um grande  problema,  Bruno
              na capacidade.                     A energia elétrica consumida na   Melo Lima, diretor-presidente, dá
              No decorrer dos anos, a empresa  empresa também advém de fon-        uma lição de otimismo na conversa
              opta por investir em sua autossufi-  tes próprias,  no caso uma usina  relatada  abaixo  e  afirma:  “Nestes
              ciência de matérias-primas e insu- termoelétrica abastecida com o  35  anos,  não paramos  de  crescer,
              mos, o que se revela uma fórmula  calor dos gases gerados em seus  apesar das dificuldades”.


              Nesse período, o Brasil passou por cinco Planos Econômicos, inflações galopantes e muitos “cortes de zero”
              em sua moeda. Como a Metalsider manteve esse crescimento ininterrupto?
              Lima: A preocupação da Metalsider sempre foi em verticalizar a sua produção, o que lhe proporcionaria au-
              tossuficiência em matéria-prima (carvão vegetal) e energia elétrica. Assim, a empresa tornou-se menos sujeita a
              oscilações externas, podendo focar em seu próprio negócio. Como em todas as outras crises, nos adaptamos à
              situação que se apresentava no momento e caminhamos com vistas à valorização do nosso produto.



              As exportações garantiram a demanda da empresa nos períodos de crise interna?

              Lima: Isso sempre ajuda, mas a realidade é que desde o início o compromisso primeiro da Metalsider foi com
              o mercado interno e com as parcerias que desenvolvemos. As nossas exportações nunca ultrapassaram 20% da
              produção da empresa.



              Em que medida a paralisação das operações de algumas minas da Vale do Rio Doce afetará o desempenho da
              Metalsider no exercício 2019?

              Lima: Quando aconteceu o acidente em Brumadinho, nós ficamos muito preocupados. No entanto, ela reagiu

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