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carismático, dinâmico e eficaz do sr. Jon Basurco, responsá-
vel pelo processo de consolidação do negócio no Brasil. O
entrosamento, comprometimento e respeito mútuo foram
fatores decisivos para o sucesso da transição, tanto que a alta
administração da empresa tem, em média, 24 anos de casa.
Qual a visão da matriz espanhola com relação ao mercado
brasileiro?
Tomiyasu: Temos visitas frequentes de nossos colegas do
país Basco, que vêm ao Brasil para tentar compreender me-
lhor as nuances de nosso mercado. A cada visita, aumenta
neles a certeza de que “o Brasil não é para principiantes” Heitor Mikio Tomiyasu, diretor de compras/logística da Fagor Ederlan Brasileira.
(parafraseando Tom Jobim). Porém, não obstante os pro-
blemas de corrupção, desmandos, escândalos políticos, incertezas econômicas e instabilidades de mercado, a
nossa matriz continua acreditando na estabilização e crescimento do Brasil e segue apoiando o projeto iniciado
há quase 20 anos.
Como tem sido o desempenho da Fagor Ederlan Brasileira nestes quase 20 anos?
Tomiyasu: Dentro da estratégia definida desde o início pela matriz, houve uma qualificação na carteira de clien-
tes e de produtos, priorizando-se o valor agregado e a tecnologia. Assim, a questão tonelagem foi deixada para
segundo plano e a maior parte dos investimentos foi dedicada à usinagem, acabamento e qualidade das peças
produzidas. O core business estabelecido foi efetivamente atingido, nos tornando um dos principais fornecedores
de mangas de eixo para o mercado automotivo nacional.
Durante a crise dos últimos anos, o mercado externo supriu a queda da demanda interna?
Tomiyasu: Diferentemente de anos atrás, atualmente a Fagor tem um perfil pouco exportador e concentrado no
Mercosul. Assim, tivemos que trabalhar fortemente o mercado interno para superar a crise iniciada em 2014, a
qual reduziu a produção da empresa a somente 40% da sua capacidade. Puxada pela situação caótica da Argen-
tina nos últimos dois anos, hoje a exportação é de somente 10% da nossa produção.
Qual a previsão da empresa para o exercício 2019?
Tomiyasu: Como resultado dos trabalhos empreendidos internamente na empresa, a exemplo da redução de
custos e despesas, e principalmente pela filosofia lean manufacturing, defendida e implementada pelo atual pre-
sidente Jokin Basurco, somada ao comprometimento e atuação da equipe de gestores e colaboradores, acredi-
távamos que 2018 seria o ano da nossa redenção. Infelizmente, aspectos externos à nossa empresa, como: os
fortes aumentos nos preços das principais matérias-primas, as consequências da greve dos caminhoneiros e a
volatilidade da moeda por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China, acabaram por afetar o re-
sultado do ano inteiro. Nossas expectativas e projeções para 2019 são bastante positivas, com estimativa de 9%
de crescimento sobre os volumes do ano passado. Mesmo sem recuperação de rentabilidade, esse crescimento
nos faz acreditar em um futuro bastante promissor. g
*As opiniões expressas pelos entrevistados não são necessariamente as adotadas pela ABIFA e pela revista Fundição & Matérias-Primas, que
podem inclusive ser contrárias a estas.
FMP, JULHO 2019 45