Page 26 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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                     Investimento em gestão é ferramenta-chave
                     Investimento em gestão é ferramenta-chave
                            da Daicast para se adaptar ao novo
                            da Daicast para se adaptar ao novo

                                    cenário industrial brasileiroo
                                    cenário industrial brasileir



                  m 1963, em plena fase de  anos de atuação no setor de inje- FMP, Luiz Antônio M. Pinheiro,
                  nacionalização  de peças  ção de ligas de alumínio e zamac,  diretor-técnico da empresa, aborda as
         Evivida pela indústria auto- trabalhando desde a fase de desen-       dificuldades dos últimos anos, as me-
          mobilística, a Daicast iniciava suas  volvimento até o fornecimento do   didas tomadas para estimular os seus
          atividades em Guarulhos (SP).     produto final.                     funcionários, apesar da crise, e o que

          Em 2020, a empresa completa 57  Nesta  conversa com a Revista  falta para o Brasil deslanchar de vez.



          Quando a Daicast iniciou suas atividades, o alumínio liderava entre os “metais leves”. Como a empresa lidou
          com o acirramento da concorrência no segmento?
          Pinheiro: O alumínio, assim como as demais ligas não ferrosas e também ferrosas, foi aprimorado nos últimos
          anos, adequando-se em especial à demanda do mercado automotivo. O principal desenvolvimento foi realizado
          nos processos de fabricação das ligas, limpeza do material, homogeneização e adição de elementos para refino,
          o que resulta em ligas mais qualificadas e com melhor fundibilidade.



          Qual a atual capacidade instalada da Daicast?

          Pinheiro: Hoje a empresa está apta a fundir 1.700 t anualmente. A indústria automobilística é o principal merca-
          do consumidor dos fundidos sob pressão e para a Daicast não é diferente disso. Hoje a nossa dependência deste
          segmento é de aproximadamente 90%, direta e indiretamente. As exportações acontecem somente de forma
          indireta, por meio de nossos clientes.



          Estando no mercado há tantos anos, certamente a empresa passou por períodos bastante críticos para o Brasil
          e, por conseguinte, para a indústria brasileira de fundição.

          Pinheiro: O pior destes quase 60 anos foram, sem dúvida, os últimos cinco. O resultado do sucateamento da indústria
          brasileira é desastroso. Não sucateamos somente equipamentos; sucateamos gestão, profissionais e mercado. O re-
          trocesso foi grande demais. Para lidar com isso, a Daicast trabalhou muito em lean manufacturing, inovação (inteligência
          artificial), automatização e efetuamos alguns cortes de gastos, além, é claro, de injetarmos capital dos sócios.




          A ABIFA tem defendido a ideia que de nada adianta inovar, se a gestão da empresa não acompanhar as mudan-
          ças em curso. Como esta questão é tradada na Daicast?
          Pinheiro: Nossa gestão é proativa e voltada ao investimento em inovação e novas tecnologias. Porém, no


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