Page 26 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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          O senhor participa de duas Associações na área de fundição, a AMAFOND, na Itália, e a ABIFA, no

          Brasil. Qual a sua opinião sobre a importância da união do segmento via associações de classe?

          Michele: Eu sou um entusiasta do associativismo, pois acredito que as associações são fundamentais para
          o fortalecimento do setor, trazendo conquistas importantes para os seus associados e para o mercado
          de fundição em geral. A AMAFOND é um bom exemplo disso. O trabalho realizado por ela fortaleceu
          muito o setor de fundição na Itália, e abriu várias portas para as empresas italianas aumentarem a sua
          participação em outros mercados. É um trabalho constante e eu vejo esta mesma possibilidade no Brasil,
          pois o setor de fundição aqui é muito grande e a ABIFA tem feito um trabalho importante no sentido de
          fortalecer o segmento.




          Qual a perspectiva da Euromac para os próximos anos, no Brasil e no mundo?

          Michele: A Euromac tem uma perspectiva muito boa e positiva para o futuro, seja no Brasil ou em nível
          mundial. Temos crescido a nossa participação no mercado brasileiro e projetamos um crescimento ex-
          ponencial para os próximos anos. No mundo, na última década a Euromac teve um crescimento forte e

          constante, atingido novos mercados e fortalecendo a sua participação em mercados tradicionais e novos
          do setor. Além disso, temos fortalecido a nossa rede de atuação com representações em todos os conti-
          nentes e mercados estratégicos.




          E com relação a 2020?

          Michele: Para este ano, ainda é cedo para fazermos uma estimativa em números, pois havíamos come-
          çado o ano com perspectivas boas na Europa, antes do impacto da COVID-19. Segundo analistas, as
          consequências da pandemia na economia mundial serão muito maiores do que as que vimos em 2003,
          com a SARS, a qual derrubou o PIB da China, mas que não impactou o resto do mundo. Hoje sabemos
          da grande dependência que o mundo tem da China, onde são fabricados boa parte dos componentes
          essenciais para a produção de uma enorme variedade de componentes eletrônicos. As primeiras estima-
          tivas dos economistas falam em uma recessão entre -0,5% e -1% para a Itália em 2020. Ainda há de se
          considerar a crise industrial na Alemanha e a incerteza do que pode acontecer nos EUA, que já sinalizam

          a possibilidade de uma recessão. Enfim, temos tido alterações a cada semana e realmente ainda não foi
          possível nem aos mais renomados especialistas econômicos preverem o que se passará com as finanças
          pelo mundo afora. g






          *As opiniões expressas pelos entrevistados não são necessariamente as adotadas pela ABIFA e pela revista Fundição & Matérias-Primas, que
          podem inclusive ser contrárias a estas.


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