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ENTREVISTANTREVISTA
O senhor participa de duas Associações na área de fundição, a AMAFOND, na Itália, e a ABIFA, no
Brasil. Qual a sua opinião sobre a importância da união do segmento via associações de classe?
Michele: Eu sou um entusiasta do associativismo, pois acredito que as associações são fundamentais para
o fortalecimento do setor, trazendo conquistas importantes para os seus associados e para o mercado
de fundição em geral. A AMAFOND é um bom exemplo disso. O trabalho realizado por ela fortaleceu
muito o setor de fundição na Itália, e abriu várias portas para as empresas italianas aumentarem a sua
participação em outros mercados. É um trabalho constante e eu vejo esta mesma possibilidade no Brasil,
pois o setor de fundição aqui é muito grande e a ABIFA tem feito um trabalho importante no sentido de
fortalecer o segmento.
Qual a perspectiva da Euromac para os próximos anos, no Brasil e no mundo?
Michele: A Euromac tem uma perspectiva muito boa e positiva para o futuro, seja no Brasil ou em nível
mundial. Temos crescido a nossa participação no mercado brasileiro e projetamos um crescimento ex-
ponencial para os próximos anos. No mundo, na última década a Euromac teve um crescimento forte e
constante, atingido novos mercados e fortalecendo a sua participação em mercados tradicionais e novos
do setor. Além disso, temos fortalecido a nossa rede de atuação com representações em todos os conti-
nentes e mercados estratégicos.
E com relação a 2020?
Michele: Para este ano, ainda é cedo para fazermos uma estimativa em números, pois havíamos come-
çado o ano com perspectivas boas na Europa, antes do impacto da COVID-19. Segundo analistas, as
consequências da pandemia na economia mundial serão muito maiores do que as que vimos em 2003,
com a SARS, a qual derrubou o PIB da China, mas que não impactou o resto do mundo. Hoje sabemos
da grande dependência que o mundo tem da China, onde são fabricados boa parte dos componentes
essenciais para a produção de uma enorme variedade de componentes eletrônicos. As primeiras estima-
tivas dos economistas falam em uma recessão entre -0,5% e -1% para a Itália em 2020. Ainda há de se
considerar a crise industrial na Alemanha e a incerteza do que pode acontecer nos EUA, que já sinalizam
a possibilidade de uma recessão. Enfim, temos tido alterações a cada semana e realmente ainda não foi
possível nem aos mais renomados especialistas econômicos preverem o que se passará com as finanças
pelo mundo afora. g
*As opiniões expressas pelos entrevistados não são necessariamente as adotadas pela ABIFA e pela revista Fundição & Matérias-Primas, que
podem inclusive ser contrárias a estas.
26 FMP, MARÇO 2020