Page 12 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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ENTREVISTANTREVISTA
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                         ABIF
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                       novo Coronavírus na indústria de fundiçãoonavírus na indústria de fundição




                  tema  COVID-19  e  seus  Nesta conversa com Afonso Gon- envolvidas  na  cadeia  de  fundição,
                  impactos em nossas vidas  zaga, presidente da ABIFA, não foi  para que a vida pós-pandemia seja
         O é abordado  invariavel-          diferente.                         marcada  pelo colaborativismo, vi-
          mente em todas as conversas desde  Acompanhe a seguir essa entrevis-  sando a um bem comum: a saúde
          meados de março, quando o isola-  ta, que termina com um “pedido”  “física”, financeira e econômica do
          mento social foi anunciado no país.  de  prudência  de  todas  as partes  nosso país.

          O isolamento social horizontal como medida para conter a pandemia do novo Coronavírus tem trazido preju-
          ízos incalculáveis para a indústria. Qual a posição da ABIFA em relação a essa questão?

          Gonzaga: O isolamento social é uma das medidas preventivas mais eficazes observadas para mitigar o avanço
          da COVID-19, basta ver o exemplo internacional. No nosso entender, o que faltou foi um melhor planejamen-
          to, principalmente levando em consideração as dimensões continentais do país. O Brasil tem a 5ª maior exten-
          são territorial do mundo, com características bem diferentes de região para região. Enquanto na Itália temos
          uma população de 200 habitantes para 1 km², no Brasil são 20 pessoas para o mesmo espaço, o que faz muita
          diferença para a proliferação do vírus.




          Quais as medidas principais adotadas pelas empresas do setor para preservar, ao máximo, os empregos nesse
          período?
          Gonzaga: As fundições estão utilizando todos os recursos possíveis visando à preservação dos empregos, a
          exemplo de férias coletivas, bancos de horas e todas as medidas previstas pela MP 936, agora aprovadas pelo
          STF. O importante é não perder o norte da recuperação. O mundo não vai acabar. Esta é mais uma difícil ex-
          periência, que com certeza vamos superar.



          Em janeiro, a ABIFA estimava que o setor teria condições de crescer até 6% em 2020, alcançando a produção
          de 2,43 milhões de toneladas. Esta previsão já foi refeita?
          Gonzaga: No início do exercício 2020, esperávamos rever esta projeção até para cima, devido às ações imple-
          mentadas pelo governo federal, principalmente no que diz respeito à infraestrutura. No entanto, agora devemos
          considerar a parada de até três meses da indústria automotiva, responsável por consumir 56% de nossa pro-
          dução, além de outros segmentos da indústria que já anunciaram paralisações e redução de produção. A recu-
          peração vai acontecer, mas precisamos ver como o mercado internacional vai reagir. No setor de fundição, as
          exportações representam de 15% a 20% da demanda e não temos dependência da importação. Por outro lado,
          nosso cliente criou uma dependência de componentes importados, que neste momento pode ser um entrave
          para uma rápida retomada. Quanto à previsão desse ano, estamos fazendo uma nova consulta às fundições, para
          uma projeção mais realista do futuro próximo.


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