Page 26 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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ENTREVISTANTREVISTA
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          Como está sendo o retorno ao “novo normal”?
          Giovannini: Com as atividades indicando uma volta à normalidade, fomos surpreendidos com altas con-

          sideráveis nos custos das matérias-primas, tanto em função da cotação do dólar, que favorece a venda
          para mercados externos, como pelo retorno das atividades no país. A sucata com muita dificuldade, pois
          a sua geração não acontece na mesma rapidez que a demanda, o que se reflete no preço. O ferro-gusa,
          um dos, senão o maior componente de custo da fundição, começa a escassear, pois com a desvalorização

          do real e a demanda externa, a produção fica destinada à exportação. A energia elétrica, outro dos gran-
          des componentes de custo da fundição, também sofre aumentos consideráveis, sem razões econômicas.
          Privados de alternativas, somos obrigados a aceitar. Ou se paga ou não se produz!




          Certamente a pauta inovação foi agregada à agenda da empresa nestes anos...

          Giovannini: Desde a sua origem, a fundição passou por um grande esforço de profissionalização, tanto
          da sua mão de obra, como de gestão e processos. O setor automotivo, principal cliente do setor, exige

          concentração tecnológica, aperfeiçoamento constante e, usando um termo na moda, inovação perma-
          nente. Assim, o processo de fundição exige cuidado constante, não só no quesito qualidade, mas tam-
          bém rigidez nas entregas e responsabilidade pelos produtos fabricados. Na Farina, o índice de rejeição
          é ínfimo e, quando acontece, assumimos a responsabilidade. O nosso nível de qualidade é comprovado
          numericamente. Com todas estas especificidades, a empresa requer investimentos constantes, tanto em

          maquinário e pessoal, como em tecnologia.




          Qual a sua visão sobre a evolução do produto fundido?

          Giovannini: Acredito que o “produto fundido” é muito pouco valorizado. O seu preço de venda é aufe-
          rido principalmente pelos componentes visíveis e “contabilizados”, tais como o ferro-gusa, sucata, ligas
          e energia elétrica. No entanto, o “cérebro” não é considerado. Talvez isso seja resquício da origem das
          fundições, que em todo o mundo surgiram como “apêndices” das empresas. Com este caráter cativo,

          uma série de custos, como administrativos, de segurança e financeiro, não eram considerados no preço
          de venda. À medida que as fundições foram ficando independentes da “matriz”, esta antiga mentalidade
          não acompanhou as mudanças.




          Sobre o mercado brasileiro de fundição, como o senhor analisa o futuro do setor?

          Giovannini: O Brasil é um país essencialmente agrícola; líder mundial na produção de alimentos. Hoje o
          país possui a melhor tecnologia agrícola e maquinários destinados a este fim. Tratores, colheitadeiras e


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