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28 de janeiro de 2021

Desindustrialização pode tornar Brasil a roça do mundo, segundo presidente da CNI

Desindustrialização pode tornar Brasil a roça do mundo, segundo presidente da CNI
28 de janeiro de 2021

O texto a seguir foi publicado no Jornal Valor Econômico em 27 de janeiro de 2021. Assinado por Robson Braga de Andrade, presidente da CNI – Confederação Nacional da Indústria, este artigo refere-se ao posicionamento da entidade à entrevista concedida ao mesmo veículo por Carlos Doellinger, presidente do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em que o economista defende a desindustrialização do Brasil ao sustentar que atividades de manufatura, com exceção do beneficiamento de recursos naturais, não são o melhor caminho para o país.

As declarações do executivo foram veementemente repudiadas pelas associações de classe representantes da indústria brasileira, a exemplo da ABIFA – Associação Brasileira da Indústria de Fundição.

Íntegra do artigo

Recentemente, fomos surpreendidos por entrevista do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Doellinger, na qual defende a desindustrialização do Brasil. Ele afirma, de forma inusitada, que “o Brasil precisa apostar em suas vantagens comparativas” e chega ao cúmulo de dizer que “nosso caminho não é a indústria manufatureira, a não ser aquela ligada ao beneficiamento de produtos naturais e minérios”. Essa opinião é ainda mais preocupante por Doellinger comandar um dos mais antigos e renomados órgãos de estudos e análises econômicas do país.

Ressalte-se que vantagens comparativas são dinâmicas e podem ser aprimoradas ao longo do tempo. Isso ocorreu em países que pensaram grande e não se contentaram em produzir apenas o que a natureza lhes ofereceu. Se o Brasil ficasse preso só aos seus recursos naturais, hoje nosso principal produto de exportação seria o pau-brasil. A soja e o café não seriam produzidos por aqui, pois não são produtos nativos.

Não é minha intenção subestimar a importância dos setores agrícola e mineral para a economia nacional, mas se seguisse a receita do presidente do Ipea o Brasil se transformaria numa espécie de “fazenda do mundo”, exportando apenas commodities e matérias primas. A afirmação dele se compara ao preceito defendido pelo Visconde de Itaboraí, no século XIX, de que ao Brasil “bastava exportar café”, numa tentativa – felizmente frustrada – de impedir o Barão de Mauá de levar adiante seu esforço pioneiro de industrialização do país.

Investir nos setores em que temos vantagens comparativas é uma boa política, mas não menos importante é promover o aumento da competitividade, de todos os setores, especialmente da indústria. O fato de o Brasil ter hoje os maiores níveis mundiais de produtividade nas lavouras de soja, por exemplo, deve-se a dois fatores principais: o primeiro é que sucessivos governos aportaram recursos suficientes para viabilizar o cultivo em escala desta leguminosa e investiram na inovação do setor, por meio da Embrapa.

Além disso, os produtores rurais são beneficiados por financiamentos subsidiados, com taxas de juros bem menores que as disponíveis para os demais setores produtivos. Cabe destacar, ainda, a carga tributária mais favorável à qual a agropecuária está sujeita, de apenas 1,9%, ante os 46% que pesam sobre a indústria de transformação.

O segundo fator, também essencial para o sucesso do agronegócio, é a atuação da indústria no desenvolvimento de serviços, insumos e equipamentos de alto valor agregado, tais como pesquisa científica, biotecnologia, logística, fertilizantes e maquinários. Portanto, a alta competitividade da agricultura brasileira e a sofisticação dos demais segmentos só são viáveis graças à existência de uma indústria manufatureira moderna operando no país.

Na mesma entrevista, Doellinger afirma que a Austrália deve ser um exemplo a ser seguido pelo Brasil. Assim como nosso país, Austrália tem nos recursos naturais uma importante fonte de geração de renda e emprego.

Isso também é verdade para o Canadá e para os Estados Unidos. No entanto, a vantagem em recursos naturais não impediu esses países de também estarem entre os mais industrializados do mundo.

Em nossa visão, o melhor exemplo para o Brasil seria a China, que também tem dimensões continentais e optou pela manufatura para liderar seu processo de desenvolvimento. Hoje, a China é a nação que tem a maior produção industrial do mundo, à frente dos EUA desde 2009. Outra falácia do presidente do Ipea é que não sabemos produzir automóveis. Não é verdade. A indústria automobilística nacional foi pioneira, por exemplo, nas reduções de emissões de carbono nos carros. Do motor a álcool ao motor flex, seu avanço tecnológico é notável e mundialmente elogiado.

A despeito do alto custo de se produzir no Brasil, temos a 16a maior indústria do mundo. Éramos a 10a em 2014. Apesar de representar 21% do PIB nacional, o setor é responsável pelo recolhimento de 33% dos impostos federais e por 31 % da arrecadação previdenciária patronal. Além disso, responde por 70% das exportações de bens e serviços, e por 69% do investimento empresarial em P&D, insumos indispensáveis para a competitividade dos demais segmentos, inclusive do agronegócio.

O poder de alavancagem da indústria também é incomparável: cada R$ 1 produzido pelo setor resulta em um aumento de R$ 2,40 no PIB. Na agropecuária, o resultado é R$ 1,66.

Nossa indústria também paga os melhores salários. Trabalhadores industriais com ensino superior completo ganham 31,8% a mais do que a média nacional, contribuindo de forma expressiva para o aumento da renda per capita dos brasileiros. Apenas a indústria de manufatura é responsável por 6,8 milhões de empregos – equivalente a 70% de todos os postos de trabalho gerados pelo setor como um todo.

Isto tudo apesar dos diversos obstáculos que impedem a grande maioria das fábricas nacionais de competirem, de igual para igual, no mercado internacional. Sem exportar, é quase impossível termos uma escala de produção competitiva.

Nosso sistema tributário é repleto de distorções e penaliza os setores com cadeias de maior agregação de valor. Somos um dos poucos países que tributa investimento e exportação. Temos, ainda, uma infraestrutura de transportes muito precária e, apesar de produzirmos energia barata, seu custo final é um dos mais elevados do mundo. Além disso, a insegurança jurídica, que torna até o nosso passado incerto – como já bem acentuou o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan – obriga as empresas a fazerem provisões que reduzem suas disponibilidades financeiras para investimentos.

Mais do que nunca, é urgente e indispensável que sejam implementadas reformas estruturantes, sobretudo a tributária, que viabilizem um ambiente de negócios favorável ao empreendimento privado, desonerem as exportações e os investimentos, reduzam a burocracia, aumentem a segurança jurídica e estimulem investimentos em infraestrutura.

O recente fechamento das fábricas da Ford no Brasil foi uma decisão da empresa a nível mundial. Mas, certamente, o alto custo de se produzir no Brasil foi um dos fatores cruciais para essa decisão. Não será promovendo a desindustrialização, como apregoa o presidente do Ipea, que nosso país conseguirá manter empresas aqui e retomar a trilha do crescimento econômico, vital para gerar mais empregos e renda para a população.

O que o Brasil precisa é fortalecer o setor industrial, para que ele seja cada vez mais dinâmico e competitivo, ajudando a superar a mais grave crise sanitária, econômica e social que já vivenciamos. Não existe país forte sem indústria forte.

Fonte: Agência CNI de Notícias

Foto CNI

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