As informações abaixo foram compiladas pela ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, que projeta um ano de estabilidade para as vendas internas e externas de máquinas autopropulsadas, após um ano positivo para o setor de máquinas de construção e de retração para as máquinas agrícolas.
Máquinas de construção
O segmento, que engloba tratores de esteira, retroescavadeiras, pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, rolos compactadores, minicarregadeiras e manipuladores telescópicos, apresentou recuperação em 2024, após recorde histórico em 2022 e leve retração em 2023.
Na comparação com o ano anterior, as vendas no atacado cresceram +22,4%, fechando com 37.148 unidades – segundo melhor ano do segmento no país.
Para 2025, a ANFAVEA projeta vendas de 38.200 unidades (+3%).
Segundo a entidade, o crescimento das vendas de máquinas de construção foi puxado pela construção civil, que aumentou a sua participação nas compras de 37% para 42%.
No sentido oposto, as exportações dessas máquinas registraram recuo de (12,5%), totalizando 14.538 unidades embarcadas, sendo que quase metade delas foram para os Estados Unidos. Para este ano, a expectativa é de enviar o mesmo volume para o exterior.
Máquinas agrícolas
Ao mencionar o segmento, a ANFAVEA lembra que o setor de máquinas agrícolas viveu uma forte expansão no início desta década, em compasso com os resultados históricos do agronegócio brasileiro, inclusive durante a pandemia. Foram três anos de crescimento consistente, com um pico de mais de 70 mil unidades vendidas em 2022, entre tratores de roda e colheitadeiras de grãos.
Em 2024, o desempenho do setor foi prejudicado pela redução da safra de grãos, queda dos preços das commodities pelo segundo ano consecutivo e atratividade limitada das linhas de financiamento. Com isso, as vendas de 48,9 mil unidades no atacado representaram recuo de quase (20%) em relação a 2023. A queda foi mais evidente no segmento de colheitadeiras.
Para 2025, não se espera mudança no patamar de vendas, de acordo com a entidade. “Somente uma política consistente de Plano Safra pode fazer o setor ter uma recuperação ao longo deste ano”.
As exportações de máquinas agrícolas caíram (31%) em 2024, com envios de 6 mil unidades. E deverão crescer apenas +1% pelas projeções da ANFAVEA.
O ponto de maior atenção no momento é para as importações. O crescimento acentuado dos importados transformou o superávit em déficit na balança comercial desde o ano passado.
Mais de 55% das máquinas importadas são oriundas da China, e 26% da Índia. A participação da China na importação de máquinas nas Américas dobrou em 2024; de 20,7% para 43% em de construção, e de 7,7% para 12,7% em agrícolas.
A este respeito, Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, afirma: “Nos causa grande preocupação o aumento da participação das máquinas importadas nas compras públicas, com destaque para as empresas com menos de 20 empregados. Estamos levando ao poder público essa questão que prejudica o nível de emprego no Brasil, a competitividade das nossas empresas, a inovação e até o atendimento dos clientes, que no final do processo sofrem com falta de uma rede confiável para assistência técnica. O resumo é que todos no país saem perdendo”.
Agenda prioritária ANFAVEA para 2025
● Recomposição da alíquota do Imposto de Importação, de 14%
● Políticas de garantia e financiamento para exportação
● Reindustrialização da cadeia de fornecedores
● Renovação da frota de máquinas agrícolas e de construção, e expansão da mecanização
● Aperfeiçoamento da política de compras públicas de máquinas, sem prejuízo à indústria local, ao emprego e à inovação
● Criação de condições atrativas de financiamento do Plano Safra e do BNDES para máquinas agrícolas e de construção, além de novas fontes de crédito