A Tupy, multinacional brasileira, registrou geração de caixa operacional de R$ 413 milhões no 2T24, alcançando o maior valor da história da companhia para um segundo trimestre.
De acordo com a empresa, o resultado decorre do seu desempenho operacional, iniciativas de gestão de capital de giro e dos negócios provenientes da aquisição da MWM.
O seu EBITDA Ajustado do período foi de R$ 395 milhões, com margem de 14,1%, representando um aumento de +290 pontos-base em relação aos 11,2% alcançados no mesmo período de 2023. Neste mesmo período, a Tupy registrou lucro líquido de R$ 18 milhões.
Fernando de Rizzo, CEO da Tupy, explica que “mesmo diante da redução de volume, conseguimos avançar na execução de nossa agenda estratégica, que visa uma companhia mais eficiente e diversificada. Isso se deve à nossa disciplina financeira e à captura de sinergias entre as operações”.
Novos negócios
A Tupy anunciou que será a empresa responsável pela manufatura completa dos cabeçotes que equipam os motores MAN D26, destinados aos caminhões pesados das linhas Meteor e Constellation, da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Com este acordo, a Tupy passará a fundir, usinar e montar os cabeçotes utilizados no motor MAN D26, operação até então realizada na Alemanha.
A montagem do motor é realizada na unidade MWM, em São Paulo, que integra a Tupy. O motor completo e testado será, então, enviado para a unidade da VWCO em Resende (RJ).
Sobre este novo negócio, Rizzo afirma: “A nossa parceria com a Volkswagen tem mais de 40 anos e muito nos orgulha. Ao adquirir a MWM, nos tornamos uma companhia singular no mercado, que reúne em um só fornecedor serviços de fundição, usinagem, montagem, validação técnica e atividades de engenharia associadas. Nessa parceria, essas soluções serão aplicadas nos motores dos veículos comerciais da marca VW que rodam por toda a América Latina e África e são exportados para a Ásia”.
De acordo com a Tupy, a empresa ainda “ampliará o fornecimento de blocos de motor para um dos maiores fabricantes globais de veículos comerciais leves, um segmento em crescimento devido à alta demanda por picapes.
Esses projetos, que têm início em 2025, devem gerar receitas adicionais de R$ 200 milhões por ano quando atingirem a maturidade, refletindo a estratégia da Tupy de oferecer produtos de maior valor agregado e capturar sinergias de aquisições recentes”.
Nova bioplanta em parceria com a Seara
Outra novidade é a assinatura de um memorando de entendimento entre a Tupy e a Seara, parte do Grupo JBS e líder na produção de alimentos.
O projeto, uma iniciativa da vertical de Energia & Descarbonização, visa desenvolver uma bioplanta para a produção de fertilizante organomineral, biometano e dióxido de carbono (CO₂) a partir de resíduos da suinocultura e avicultura.
A iniciativa abrangerá um plantel de 200 mil suínos e 1,7 milhão de aves de corte na região de Seara (SC). A respeito deste projeto, Rizzo salienta que o mesmo integra o portfólio de soluções desenvolvido para promover a descarbonização viável. “Especialmente no Brasil, os biocombustíveis são uma alternativa madura e que ainda contribui para uma gestão eficiente dos resíduos no agro, aumentando a produtividade; gerando empregos diretos e indiretos; e reduzindo das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)”.
Em março, a companhia já havia anunciado uma expansão significativa na sua parceria com a cooperativa agrícola Primato e a Granja Rancho da Lua, investindo em bioplantas. Esses projetos, que visam a redução de emissões, têm um impacto ambiental notável, totalizando cerca de 63 mil toneladas de CO₂ evitadas por ano; o equivalente a mais de 500 mil árvores.