Page 18 - Revista Fundição & Matérias-Primas

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Custos da indústria brasileira sobem 8,8% em 2018

ressionados pelos aumentos diários (insumos e matérias-primas). é resultado da desvalorização do
da energia e dos preços dos Dos três componentes, o campeão real frente ao dólar.
Pbens intermediários, os cus- de aumentos foi o custo com ener- Por outro lado, a desvalorização do
tos da indústria brasileira subiram gia, que subiu 18,2% em relação real ajudou a melhorar a competi-
8,8% em 2018, no comparativo a 2017. De acordo com o estudo, tividade dos produtos brasileiros.
com 2017. Trata-se da maior alta “foi o segundo maior aumento da Isso porque enquanto os custos da
registrada desde o início da série, série iniciada em 2006, atrás apenas indústria nacional cresceram 8,8%,
em 2006. do aumento de 41,3% verificado o preço dos manufaturados impor-
Segundo o Indicador de Custos In- em 2015”. A energia elétrica subiu tados aumentou 22,5% em reais, na
dustriais divulgado pela CNI –Con- 12,8% e o óleo combustível au- comparação com a média de 2017.
federação Nacional da Indústria, mentou 41,3% no período. A indústria brasileira também ga-
enquanto os custos subiram 8,8%, nhou competividade no mercado
os preços dos produtos industriali- Custos com externo, pois os preços dos pro-
zados aumentaram 8,4%, de acordo dutos manufaturados nos Estados
com o Índice de Preços de Manu- energia Unidos subiram 20,8% no mesmo
faturados Domésticos (IPA, Indús- aumentaram período em que os custos no Brasil
tria de Transformação), medido subiram 8,8%.
pela Fundação Getúlio Vargas. Isso 18,2% e de bens
mostra que a indústria reduziu sua Nas palavras de Maria Carolina
margem de lucro, pois enfrentou intermediários Marques, economista da CNI, “a
dificuldades para repassar o aumen- redução dos custos industriais é
to de custos aos consumidores. 13,4% essencial para melhorar a compe-
O Indicador de Custos Industriais Os custos de produção também titividade da indústria brasileira no
longo prazo, sem depender de des-
é formado pelos índices de custos foram impulsionados pela alta de valorização cambial”.
tributário, com capital de giro e de 13,4% nos custos com bens inter-
produção. A CNI ainda destaca que a desva-
mediários. lorização do real tem dois efeitos
O único componente do indicador Na avaliação da CNI, além da sobre a competividade brasileira:
que caiu em 2018 foi o custo com elevação dos custos com energia, No curto prazo, há um impacto
capital de giro, que recuou 15,5% a greve dos caminhoneiros, a ta- positivo, porque a valorização do
em relação a 2017. O índice de cus- bela de preço mínimo dos fretes dólar encarece os produtos estran-
to tributário subiu 3,6% e o de pro- rodoviários e a alta de 22,3% nos geiros. No médio prazo, o impac-
dução aumentou 10,9%, na mesma insumos e matérias-primas impor- to é negativo, pois o dólar mais
base de comparação. tados também contribuíram para caro eleva os custos da indústria

O índice de custo de produção é o aumento dos bens intermediá- com insumos e matérias-primas
composto pelos índices de custos rios. A elevação dos custos com importadas, o que acaba elevando
com pessoal, energia e bens interme- bens intermediários importados os custos do produto nacional. g

18 FMP, ABRIL 2019