Page 13 - Revista Fundição & Matérias-Primas

toria é a exploração preditiva dos ■ Habilidade financeira: É preciso ser feita de forma personalizada, ba-
ativos, que pode ajudar as empresas estar claro quais são as perdas que seada na falha que o cliente apresenta
a economizarem aproximadamente a empresa tem, seja dentro do pro- e na melhor maneira de solucioná-la.
12% em reparos programados, re- cesso de produção, perda de mate- Quando questionado sobre algu-
duzirem os custos gerais de manu- rial, dificuldade em localizar certo mas tecnologias em potencial para
tenção em até 30% e eliminarem produto, perda por excesso ou per- fundições de pequeno e médio
avarias em 70%. E no Brasil? da no RTI, que é o dispositivo que porte, Santa menciona a RFID e

A estimativa é que até 2020 o mer- movimenta um determinado produ- a RTLS.
cado de Internet das coisas mo- to. Ter o controle desse dispositivo, ■ RFID: É uma possibilidade para
vimente cerca de R$ 200 bilhões para garantir que a peça chegue na o controle tanto das ferramentas
no país, representando 10% do condição ideal, é tão importante (ativos) quanto das peças e produ-
PIB. Em 2018, de acordo com quanto o rastreamento da própria to acabados. O chip/tag é aplicado
a IDC, os projetos de IoT vão no produto, proporcionando uma
movimentar US$ 8 bilhões no A automação maior visibilidade do que acontece
país, com crescimento de 14% e técnicas de na operação.
na comparação com ano anterior.
Boa parte desse investimento produção mais ■ RTLS (real time location system): É

será impulsionada principalmente flexíveis podem uma tecnologia muito similar ao
pelo Plano Nacional de Internet RFID, porém esse chip/tag é ativo,
das Coisas, lançado pelo governo aumentar a ou seja, ele tem uma bateria como
federal no fim de 2017, com produtividade da se fosse um “Sem Parar”. Desta
previsão de movimentação de empresa em forma, em uma indústria com vá-
US$ 13 bilhões até 2020. rias ferramentas, é possível rastrear

Todo esse potencial de investimen- até 30% cada uma em tempo real. O gestor
to associado à evolução da inova- enxerga cada detalhe do processo
ção disruptiva tornará o acesso a peça. A busca por uma melhor ges- como um todo, como por exemplo
estas tecnologias mais fácil, seja por tão dos ativos é outro motivador. É o tempo de permanência de cada
uma maior disponibilidade de solu- preciso ter o controle da vida útil do ferramenta em determinado setor,
ções, seja pela redução de custos. ativo, quantas vezes já foi utilizado, o seu tempo de utilização etc.
Esse conjunto de fatores vai des- localização dele dentro do depósito Santana acrescenta que vários fato-
mistificar que inovação no Brasil é etc. Tendo esse controle, é possível res devem ser analisados antes da
exclusiva para as grandes empresas. fazer a manutenção preventiva, di- implementação de qualquer tec-
minuir as perdas de matérias-primas
Estas informações estão no artigo nologia, como o tipo de produção,
de Santana: Indústria 4.0 também é e melhorar a produtividade do pro- ambiente físico e maturidade técni-
realidade para as PMEs, publicado cesso. Quando falamos especifica- ca da empresa. “E quando falamos
na íntegra no site da ABIFA. Em mente da indústria, o erro represen- de PMEs, não necessariamente
entrevista à revista FMP, ele escla- ta um alto custo. precisa ser algo disruptivo. Pode
receu que a implementação de tec- ■ Habilidade técnica: Essa análise ser algo incremental, que melhore
nologias disruptivas é baseada em norteia que tipo de tecnologia deve o que já existe e use a tecnologia a
dois pilares de análise: ser usada em cada ocasião. Ela deve favor dos negócios”, completa.

FMP, JULHO 2018 13