Page 49 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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de formação, as ações e os ajus-
tes de processo não são efetivos,
tornando comum a convivência
com índices de refugo superiores
a 5%, além de elevados índices de
retrabalho.
Para ilustrar o problema da falta de
bons diagnósticos de defeitos em
fundições, podemos citar o estudo
feito pela AFS - American Foundry
Society, de 1987 , sobre a origem
[15]
das inclusões em peças fundidas
em aços ao carbono e baixa liga. Fig. 1 – Origem dos defeitos de inclusões em peças de aços ao carbono e baixa liga [13,15] .
A Associação analisou 396 amos-
tras com inclusões extraídas de pe-
ças de fundições americanas e con-
cluiu que 83% tinham origem na
reoxidação, 14% em inclusões de
materiais de moldagem, 2% em es-
cória, 1% em materiais refratários
e 1% em resíduos da desoxidação Figura 1 – Origem dos defeitos de inclusões em peças de aços ao carbono e baixa liga
(figura 1). (Svoboda, 1987; Monroe e Blair, 2005)
Por outro lado, se examinarmos os relatórios de refugo/retrabalho de fundições
Por outro lado, se examinarmos os de aços, na sua grande maioria não haverá o defeito inclusão de re-oxidação e os
relatórios de refugo/retrabalho de defeitos de inclusões provavelmente serão atribuídos a inclusões de areia.
Do mesmo modo, defeitos de bolhas em peças fundidas podem ter diferentes
fundições de aço, na grande maio- origens, tais como bolhas de ar preso por turbulência no preenchimento (origem no
ria não haverá o defeito inclusão de Fig. 2 – Tipo de fluxo dos líquidos em função do Número de Reynolds. Fluxo laminar com Re<2.000, fluxo
projeto de canais), bolhas devido a sopro de moldes e machos (origem na confecção
dos moldes e machos) e bolhas de gás dissolvido no metal (origem no processo de
reoxidação e os defeitos de inclu- turbulento com Re entre 2.000 e 20.000 e fluxo extremamente turbulento com Re>20.000.
fusão). Entretanto, são poucas as fundições que fazem a distinção dos defeitos de
sões provavelmente serão atribuí- bolhas por sua origem em seus relatórios de refugos, dificultando as ações da
engenharia para minimizar estes problemas.
dos às inclusões de areia. Entretanto, são poucas as fundi- Conceito de turbulência
Para as empresas alcançarem melhores resultados, as lideranças técnicas
precisam ser especialmente treinadas no reconhecimento dos defeitos de fundição e
Do mesmo modo, defeitos de ções que fazem a distinção dos O conceito de turbulência é tradi-
nos seus mecanismos de formação.
bolhas em peças fundidas podem defeitos de bolhas por origem em cionalmente definido pelo Número
2. CONCEITO DE TURBULÊNCIA
ter diferentes origens, tais como seus relatórios de refugos, dificul- de Reynolds
bolhas de ar preso por turbulên- tando as ações da engenharia para
O conceito de turbulência é tradicionalmente definido pelo Número de
cia no preenchimento (origem no minimizar estes problemas. Reynolds, como descrito abaixo:
projeto de canais), bolhas devido Para as empresas alcançarem me- R = v D H
e
ao sopro de moldes e machos lhores resultados, as lideranças téc-
Onde:
(origem na confecção dos mol- nicas precisam ser especialmente
Em que:
• Re = Número de Reynolds (adimensional)
des e machos) e bolhas de gás treinadas no reconhecimento dos • V = velocidade do fluxo
• D = diâmetro hidráulico (4 x área do canal/perímetro do canal)
dissolvido no metal (origem no defeitos de fundição e nos seus me- R = Número de Reynolds (adi-
H
e
mensional)
processo de fusão). canismos de formação. • = viscosidade cinemática do líquido aços).
FMP, NOVEMBRO 2020 49
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