Page 45 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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mento térmico adequado, é pos-
sível incrementar a dureza obtida
em até 8,3% para a liga A e 20,4%
para a liga D.
Os resultados das medições de
dureza realizadas para as amos-
tras comerciais estão descritos
na figura 13. É possível observar
a não existência de nenhuma du- Fig. 19: Microconstituintes da amostra C2. A) Aumento de 200x. B) Aumento de 500x.
reza superior às máximas durezas
obtidas com as amostras fabri-
cadas, mesmo com algumas das
amostras comerciais tendo altos
valores de cromo (elemento for-
temente formador de carbone-
tos) em sua liga.
Tal fato é indicativo de que as em-
presas fornecedoras dessas ligas
comerciais não estão aplicando
configurações de tempo e tem- Fig. 20: Microconstituintes da amostra C3. A) Aumento de 200x. B) Aumento de 500x.
peratura de tratamento térmico
capazes de otimizar a dureza das
peças fornecidas. rificados nas amostras considera- onde se nota que a amostra D17
das nesse estudo. apresentou mais do que o dobro
Cita-se como exemplo as amos- da resistência encontrada no cor-
tras C6 e C2, que possuem prati- Houve uma menor perda de volu- po de prova C1, enquanto o me-
camente o mesmo teor de cromo me para o corpo de prova D17, ao lhor resultado das amostras co-
que a liga D, porém apresentam passo que a maior perda de volu- merciais atingiu uma resistência
valores de dureza cerca de 10% me foi atingida na amostra D28. apenas 1,47 vez superior.
inferiores aos verificados na Considerando a resistência ao
amostra D17. desgaste (cujo cálculo é obtido
pela equação 1) da amostra co- Equação 1:
mercial com menor resistência
Ensaios de desgaste −1 −1
(amostra C1), relaciona-se, de
′′
′′
= [ ] = [ ] (1) (1)
A tabela 5 apresenta os valores maneira percentual, a resistên-
médios da perda de massa e re- cia à abrasão dos demais corpos
Onde;
Onde;
sistência ao desgaste abrasivo ve- de provas estudados (figura 14),
Q’’= Resistência ao desgaste [(mm³.m ) ]; -1 -1
-1 -1
Q’’= Resistência ao desgaste [(mm³.m ) ];
Pv= Perda de volume [mm³]; FMP, MAIO 2020 45
Pv= Perda de volume [mm³];
dist = distância percorrida pela roda de borracha durante o ensaio [m]
dist = distância percorrida pela roda de borracha durante o ensaio [m]
Analisando o gráfico de dureza versus resistência ao desgaste (Figura
Analisando o gráfico de dureza versus resistência ao desgaste (Figura
15), fica evidente a existência de uma relação inversamente direta entre dureza
15), fica evidente a existência de uma relação inversamente direta entre dureza
e perda de volume após o desgaste abrasivo. Ao mesmo tempo, tem-se que há
e perda de volume após o desgaste abrasivo. Ao mesmo tempo, tem-se que há
uma relação direta entre dureza e resistência ao desgaste abrasivo, resultado
uma relação direta entre dureza e resistência ao desgaste abrasivo, resultado
9
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esse já indicado por autores como Gahr e Ikeda et al . 8 9
esse já indicado por autores como Gahr e Ikeda et al .
16,0
16,0
14,0 14,0
Perda de volume [mm³] 10,0 Perda de volume [mm³] 12,0 COMERCIAIS COMERCIAIS
12,0
10,0
TRATADAS - LIGA A
TRATADAS - LIGA A
8,0
6,0 8,0 TRATADAS - LIGA D TRATADAS - LIGA D
6,0
4,0
30 40 4,0 50 60 70 80
30 Dureza [HRC] 50 60 70 80
40
Fonte: Autor. Dureza [HRC]
Figura 15. Gráfico correlacionando a dureza com a perda de volume das amostras ensaiadas.
Fonte: Autor.
Figura 15. Gráfico correlacionando a dureza com a perda de volume das amostras ensaiadas.
3.4. Microdurezas
3.4. Microdurezas
A análise dos valores de microdureza, tanto para os carbonetos quanto
para a matriz metálica, demonstra a existência de uma correlação entre esses
A análise dos valores de microdureza, tanto para os carbonetos quanto
valores e a macrodureza da liga (Figura 16), fato esse já verificado por autores
para a matriz metálica, demonstra a existência de uma correlação entre esses
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como Cubillos . Além disso, verifica-se ainda a ocorrência de valores reduzidos
valores e a macrodureza da liga (Figura 16), fato esse já verificado por autores
de microdureza (menores do que 700 HV) para os carbonetos de ligas com
como Cubillos . Além disso, verifica-se ainda a ocorrência de valores reduzidos
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teores de cromos inferiores a 5% (C4, C1 e C5); para esses corpos de provas
de microdureza (menores do que 700 HV) para os carbonetos de ligas com
ocorre a formação de microconstituintes do tipo M3C, que apresentam maior
teores de cromos inferiores a 5% (C4, C1 e C5); para esses corpos de provas
fragilidade do que os carbonetos do tipo M7C3, os quais são formados para ligas
ocorre a formação de microconstituintes do tipo M3C, que apresentam maior
com maiores teores de cromo, como àquelas presentes nas amostras C3, C6,
fragilidade do que os carbonetos do tipo M7C3, os quais são formados para ligas
C2 e D17. Estas últimas ainda apresentam elevados valores de microdureza da
com maiores teores de cromo, como àquelas presentes nas amostras C3, C6,
matriz metálica, o que indica a aplicação de tratamentos térmicos nas amostras
C2 e D17. Estas últimas ainda apresentam elevados valores de microdureza da
comercias C3, C6 e C2. Ainda, verifica-se que a amostra D17 (tratada
matriz metálica, o que indica a aplicação de tratamentos térmicos nas amostras
termicamente em 950°C por 4 horas) apresenta uma macrodureza 9,6% maior
comercias C3, C6 e C2. Ainda, verifica-se que a amostra D17 (tratada
do que a dureza da amostra C2, mesmo possuindo igual teor de cromo. Nesse
termicamente em 950°C por 4 horas) apresenta uma macrodureza 9,6% maior
do que a dureza da amostra C2, mesmo possuindo igual teor de cromo. Nesse