Page 43 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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que o comportamento presente
          para ambas as amostras é o da
          existência de um incremento ini-
          cial com o aumento da temperatu-
          ra, alcance de uma dureza máxima
          e, posteriormente, redução dos
          valores de dureza medidos. Esse
          comportamento foi o mesmo ve-
          rificado nas bibliografias 4, 5 e 13.

          A existência destes picos de

          dureza quando da variação da
                                             Fig. 15: Gráfico correlacionando a dureza e a perda de volume das amostras ensaiadas.
          temperatura de desestabilização
          ocorre devido à existência  de
          dois fenômenos:

          g Fenômeno 1:  O aumento da
          temperatura de desestabilização
          propicia  maior solubilidade  do
          carbono na austenita (figura 9a)
          e,  consequentemente,  reduz a
          temperatura Ms (temperatura de
          início da transformação martensi-
          tica). Isso propicia a existência de

          uma maior quantidade de auste-     Fig. 16: Gráfico relacionando os valores de dureza e microdurezas dos microconstituintes de cada corpo
          nita retida, o que implica em uma   de prova avaliado.
          menor dureza (figura 9b).         liga D (menor teor de cromo). Tal  para  a  liga  D  (com  menor  teor
          g Fenômenos 2: Quanto maior o  comportamento se deve ao fato  de  cromo).  Esse  comportamen-

          patamar de austenitização, maior  das ligas com maior teor de cromo  to também é explicado  com o
          será a quantidade de carbono dis-  apresentarem uma menor solubi-    auxílio  da  figura  1b,  na  qual  se
          solvido na austenita. Consequen-  lidade  de carbono  na  austenita,  nota que quanto maior o teor de
          temente, a martensita que virá a  necessitando,  dessa forma,  da  cromo,  menor  a  solubilidade  do
          se formar terá uma dureza maior.  aplicação de maiores temperatu-    carbono na austenita, o que gera
                                            ras para solubilizar mais carbono  uma martensita menos dura.
          Na  figura  8,  constata-se  ainda
          que, para a liga A (maior teor de   e,  consequentemente,  propiciar   Os  gráficos  das  figuras  10  e  11
          cromo), os picos de dureza ocor-  as máximas durezas (figura 1b).    relacionam a dureza X tempo de
          rem  em  temperaturas maiores  Observa-se também que as  desestabilização.  Os  resultados
          do que aquelas verificadas para a  maiores  durezas  foram  obtidas  da  dureza, tanto  para a liga A


                                                                                          FMP, MAIO 2020      43
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