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ENTREVISTA







          Fundimazza projeta crescimento de 12% a 18% em 2018





          Diversificação de mercados e investimentos na redução de custos estão entre as suas estratégias






                 m  1999,  Sergio  Aparecido  mais modernos, de alta tecnologia, e  Nesta  conversa  com  a  revista
                 dos Santos iniciava as ativi-  o  investimento  em  produtividade  e  FMP,  Sergio  Santos,  diretor-pre-
         Edades  da  Fundimazza  em  qualidade virou uma missão.               sidente  e  CEO  da  empresa,  fala
          Cordeirópolis  (SP),  especializada  na   Com uma nova filial já finalizada,   sobre  a  trajetória  da  empresa,
          microfusão  de  aços.  Nesses  quase   localizada na cidade de Araras (SP),   dos desafios do mercado brasilei-
          20 anos de atuação, os equipamentos  hoje a Fundimazza é referência no  ro e do “segredo” de crescer em
          básicos foram sendo substituídos por  mercado brasileiro de microfusão.  plena crise.





          A Fundimazza está no mercado há quase 20 anos. O que mudou na indústria de microfusão desde então?

          Santos: No mundo, muito. No Brasil, muito pouco. Infelizmente, aqui fazemos sempre a cópia da cópia e
          assim vão sendo criadas empresas novas. São poucas as empresas que realmente vão atrás de tecnologias
          novas, que buscam alternativas para melhorar processos, melhorar seus custos. Atualmente, alguns for-
          necedores são os grandes fornecedores de tecnologias para nosso processo. Temos sim lugar para buscar
          novas tecnologia, haja vista a feira e congresso do ICI, evento que ocorre todos os anos nos Estados
          Unidos, onde são apresentadas várias novidades tecnológicas para o segmento. Para se ter ideia, em 2017
          éramos duas empresas brasileiras presentes, entre mais de 400 empresas de todo o mundo.



          Quando a Fundimazza iniciou as suas atividades, a indústria representava 21% do PIB brasileiro. Hoje,
          este percentual é inferior a 10%. Na sua opinião, em que momento e quais fatores contribuíram para a
          desindustrialização do país?

          Santos: Primeiro, político. Não somos competitivos quando falamos de mercado globalizado; nosso país tem
          que mudar a forma tributária que aplica no sistema produtivo. Nossa carga tributária é simplesmente o dobro
          de países com os quais competimos. Então, fica muito difícil, é uma competição desleal. Os políticos têm que
          rever essa situação, se quisermos um dia reverter a participação da indústria no PIB. Temos que entender que
          a atual situação tributária não nos permite produzir milhões de peças ou produtos, e sim milhares, centenas e
          talvez dezenas, haja vista que somos competitivos em commodities.
          Segundo: político também, mas nesse caso é em relação às próprias entidades que representam as indústrias
          de modo geral. No meu entender, nossos representantes perante os governantes não estão pensando somente
          no segmento que representam e sim em sua própria promoção ou ambição. Isso também tem que mudar, se
          quisermos voltar a ter uma melhor parcela no PIB. Acho também que se os empresários brasileiros parassem de


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