Page 31 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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poderíamos ser competitivos. Traçamos uma meta de chegar em
          2020 com 15% de participação de nossas vendas para o mercado
          externo. Como recebemos muitos convites das entidades que par-
          ticipamos para missões de negócios fora do país, logo percebemos
          que não haveria sentido, por exemplo, visitar a China. Os chineses
          podem ser nossos parceiros, mas não para comprar peças ou pro-
          dutos manufaturados brasileiros; eles querem as nossas commodi-
          ties. Então, começamos a negociar com o Chile, Argentina e agora
          estamos começando com a Colômbia. Já iniciamos a exportação
          de  seis  produtos  para  esses  mercados,  o  que  representa  4%  de
          nossas vendas.



          Na sua opinião, onde os fundidos brasileiros são mais competitivos?

          Santos: Tirando o continente asiático, entendo que nossos produtos,
          desde que bem trabalhados, têm potencial de fornecimento para o
          resto do mundo, mesmo com nossa carga tributária altíssima e o Cus-
          to Brasil. Mercados de menores volumes têm no mundo inteiro, e os
          países mais produtivos querem produzir grandes volumes.



          Qual o papel das entidades de classe nessas negociações?

          Santos: Quando o assunto é governo, a ABIFA tem papel essencial
          nas negociações, visando a trazer apoios e incentivos aos seus asso-
          ciados. É seu papel buscar reduções em cargas tributárias, para nos
          tornar mais competitivos. Certamente essa ajuda vinda por parte da
          Associação tornará as fundições brasileiras mais competitivas em ou-
          tros mercados.



          A  Indústria  4.0  é  uma  tendência  inquestionável,  à  qual  o  Brasil  está
          começando a se familiarizar. A tríade gestão / tecnologia / inovação
          tornaram-se indissociáveis na busca da competitividade. A Fundimazza
          está em sintonia com esta nova revolução industrial? O que tem sido
          feito a respeito?
          Santos:  Nesse  momento,  estamos  implantando  nosso  primei-
          ro projeto nesse sentido. Uma das fases do processo, antes feito
          manualmente, será totalmente informatizado. Nosso pessoal está
          sempre buscando alternativas para acompanhar as tendências do
          mercado. Mas a pergunta é uma só: O Brasil está preparado para
          receber a Indústria 4.0? Há dez anos já se falava de Indústria 4.0
          lá fora e só agora estamos focando mais nesse assunto. Na minha
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