Page 33 - Revista Fundição & Matérias-Primas
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produzidos em ferro fundido. A grande questão fica ainda por conta da conversão, também de motores de
          grande porte em veículos pesados e off-road. A hipótese mais provável (cenário moderado), é a de veículos hí-
          bridos, que demandariam mais fundidos para o segmento automotivo. Os mercados dos EUA, Europa e China
          terão mais predominância na tecnologia EV.
          Em termos de ligas, acredito que o uso do alumínio continuará crescendo. Nos últimos oito anos, a partici-

          pação destas ligas passou de 12% para 17% (nível mundial). A aplicação do ferro fundido vermicular continua
          uma tendência, sendo que o Brasil é o maior produtor mundial.

          Além disso, acredito que o custo da tecnologia de impressão 3D permitirá uma produção em maior escala, e
          se tornará economicamente viável.
          Já a automação em atividades que demandam grandes esforços físico terá maior relevância nas estratégias de

          investimento.
          A escassez de mão de obra deverá continuar aumentando, tornando-se um fator crítico, principalmente nos

          países mais desenvolvidos. Paralelamente, as questões qualidade da educação e permanente treinamento de-
          verão ser cada vez mais parte da estratégia das empresas. Os programas de E-Learning e a democratização da
          informação deverão dar novos rumos à educação. A prática de coaching para executivos também deve se tornar
          uma estratégia mais presente nas corporações.

          Por fim, a “desglobalização” deverá demandar uma produção local mais intensa, mas com visão global na
          tecnologia, pela busca constante da competitividade/produtividade.



          Uma última mensagem para o fundidor brasileiro...

          Quintella: Primeiramente, agradeço a oportunidade de integrar o comitê técnico do CONAF 2021. A minha
          tarefa será de buscar palestrantes internacionais para a apresentação de trabalhos, missão que desenvolverei
          contando com os relacionamentos que construí no segmento.

          Para o fundidor brasileiro, quero lembrar que temos capacidade instalada anual de 4 milhões de toneladas, das
          quais somente 2,2 milhões t foram utilizadas nos últimos anos. Hoje o Brasil exporta menos de 15% da sua
          produção de fundidos. Há dez anos, tínhamos uma participação de 3,6% na produção mundial, percentual
          que caiu para 2% em 2018. Ou seja: o Brasil perdeu enorme presença no palco mundial. Acredito que temos
          oportunidades de retomar essa fatia do mercado externo. O país tem capacidade instalada e técnica, além de

          competência à altura para competir. Entendo que o nível atual do câmbio deve ser encarado como um fator de
          incentivo e atratividade da competitividade.





          *As opiniões expressas pelos entrevistados não são necessariamente as adotadas pela ABIFA e pela revista Fundição &
          Matérias-Primas, que podem inclusive ser contrárias a estas.


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